-, de Dostoievski, Fiódor. Editora LetraSelvagem, capa mole em português, 2011
em 12x
- Ano de publicação: 2011
- Com índice: Sim
- Capa do livro: Mole
- Gênero: Ficção.
- Conto.
- Número de páginas: 216.
- Dimensões: 14 cm largura x 21 cm altura.
- Peso: 0.2 kg.
- ISBN: 09788561123079.
Características principais
Título do livro | Gente pobre |
---|---|
Autor | Dostoievski, Fiódor |
Idioma | Português |
Editora do livro | LetraSelvagem |
Capa do livro | Mole |
Com índice | Sim |
Ano de publicação | 2011 |
Outras características
Quantidade de páginas: 216
Altura: 21 cm
Largura: 14 cm
Peso: 0.2 kg
Material da capa do livro: Outros
Gênero do livro: Ficção
Tipo de narração: Conto
Idade mínima recomendada: 18 anos
Idade máxima recomendada: 99 anos
ISBN: 09788561123079
Descrição
ARTE E VERDADE - Texto de orelhas escrito por Mariana Ianelli
“Só com esse seu instinto direto, só como artista, pode ter escrito isto mas você consegue abarcar também com a razão toda a terrível verdade que nos mostra?” – perguntava a Dostoievski o crítico Bielínski, em um rasgo de entusiasmo após a leitura do manuscrito de Gente Pobre.
Foi assim que, aos 24 anos, o escritor até então desconhecido assistiu ao imediato reconhecimento do seu primeiro romance, antes mesmo de sua publicação, e à celebração de seu nome no meio literário russo em 1845.
Os motivos do acolhimento entusiástico dessa estreia foram vários, a começar pela maneira surpreendente como Dostoievski, valendo-se do romance epistolar sentimental, desceu às profundezas do caráter e da existência de dois personagens representantes da mais cinzenta pobreza dos subúrbios de São Petersburgo. A troca de cartas entre Makar Aleksieievitch, amanuense de meia-idade, funcionário em uma repartição pública, e Varvara Aleksieievna, moça órfã e desonrada, não apenas constitui o espaço partilhado das aflições de personagens à beira da indigência, mas é exatamente nesse espaço de cumplicidade silenciosa que afloram os sonhos e as inquietações de dois anônimos que, apesar da humilhação, do quase desespero, mantêm firmes a esperança e a nobreza de espírito.
Em um cenário dramático em que a reputação de um homem depende de um par de botas, onde os pobres socorrem os miseráveis e suplicam por um empréstimo, desponta pela primeira vez, na sua obscuridade material, o homem do ‘subsolo’ de Dostoievski, aquele que, absorto em suas reflexões, se pergunta quem ele é para os outros, onde está a justiça, o que o destino lhe reserva. Makar Aleksieievitch é tão consciente do seu estado de penúria que chega a sentir compaixão dos seus pensamentos. Existe nessa desolação próxima do patético uma espécie de pudor, de intimidade sagrada, uma integridade moral que supera a zombaria e o desprezo.
Dentro da galeria de personagens marcantes de Gente Pobre, comove a família de Gorchkov encerrada em um quartinho, no seu silêncio de túmulo, como uma das pinturas mais dolorosas da fome. Ou o desamparo do velho Pokrovski, zanzando atrás de uma certa carroça, debaixo de chuva, com seu sobretudo puído feito asas de um corvo. Também vale destacar a crítica que Dostoievski faz à pompa e ao cinismo do mundo literário na figura de Rataziaev, escritor de “novelões”, para quem a honra importa mais do que qualquer coisa. Outro aspecto notável é a análise profunda das relações humanas e da sociedade da época.
Aviso legal
• Idade recomendada: de 18 anos a 99 anos.